Açaí

Proveniente de um cacho do açaizeiro – Euterpe oleracea – uma espécie de palmeira, o Açaí é um fruto bacáceo roxo. Esse fruto é nativo da região amazônica, abrangendo os estado do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, Rondônia e Acre. Também é encontrado na Venezuela, Colômbia, Equador, Guianas, Trinidad e Tobago e Colômbia.
Os indígenas o chamam de “içá-çai”, termo que em português significa “a fruta que chora”. Do fruto é feito o vinho de açaí, cremes, sucos, sorvetes, picolés, licores, míngua e o seu caroço é utilizado no artesanato, além de adubo orgânico. O seu cacho é aproveitado para fazer vassoura. Quando queimado, a sua fumaça funciona como repelente de insetos.
O palmito dessa espécie é usado no preparo de saladas, recheios, cremes e ração para os animais. Acredita-se que a raiz de sua palmeira combata a hemorragia e a verminose. No estado do Pará, o fruto é considerado uma importante fonte de proteínas, na região, o fruto do açaí é consumido desde os tempos pré-colombianos.
O fruto e seu aroma passaram a ser utilizados em escala industrial no Brasil, a partir das décadas de 80 e 90. A palmeira do Açaí, o açaizeiro, é semelhante à palmeira juçara nativa da Mata Atlântica.
Como já referido neste texto, aproveita-se praticamente tudo da palmeira do açaí, o fruto é destinado para a alimentação e seu caroço para o artesanato, as folhas servem para cobrir casas e fazer trançados, a estipe é usada para ripas de telhado, as raízes servem como remédio caseiro e o palmito como alimento, ração e cura anti-hemorrágica.
O suco do fruto é consumido em copo ou em prato de pirão servido com farinha. O suco, além de bebida, serve para fazer doces, geleias e sorvetes. A sua colheita não é fácil, é necessário escalar a palmeira utilizando um trançado de folhas amarrados aos pés, que serve de base para a subida na palmeira.



A LENDA DO AÇAÍ
De acordo com o folclore brasileiro, existia uma tribo indígena muito numerosa. Como os alimentos estavam escassos, era difícil conseguir comida para toda a tribo. Então, o cacique Itaki tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que, a partir daquele dia, todas as crianças recém-nascidas seriam sacrificadas para evitar o aumento populacional daquela tribo da floresta.
Até que um dia a filha do cacique, chamada Iaçá, deu à luz uma menina que também teve de ser sacrificada. Iaçá ficou desesperada, chorava todas as noites de saudades. Ficando vários dias enclausurada em sua oca e pediu a Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo, sem o sacrifício das crianças.
Certa noite de lua, Iaçá ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta de sua oca e viu sua filhinha sorridente, ao pé de uma grande palmeira. Lançou-se em direção à filha, abraçando-a. Porém, misteriosamente, sua filha desapareceu.
Iaçá, inconsolável, chorou muito até morrer. No dia seguinte, seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira. Porém, no rosto, trazia, ainda, um sorriso de felicidade. Seus olhos estavam em direção ao alto da palmeira, que se encontrava carregada de frutinhos escuros.
Itaki, então, mandou que apanhassem os frutos, obtendo um vinho avermelhado que batizou de Açaí ("Iaçá" invertido), em homenagem a sua filha . Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu a ordem de sacrificar as crianças.



IMPORTÂNCIA COMERCIAL

O açaí é de grande importância para a sua região de cultivo em virtude de sua utilização constante por grande parte da população, principalmente os ribeirinhos. Nas condições atuais de produção e comercialização, a obtenção de dados exatos é quase impossível, devido à falta de controle nas vendas, bem como à inexistência de uma produção racionalizada, uma vez que a matéria-prima consumida se apoia pura e simplesmente no extrativismo e comercialização direta. Nos estados do Amazonas e Pará, principais produtores, o consumo de açaí, em litros, chega a ser o dobro do consumo de leite.
Neste sentido, constitui-se num item de alimentação fundamental para muitas pessoas. Entretanto, a exportação em larga escala tem acarretado uma diminuição significativa na qualidade do suco consumido pela população de baixa renda que para consumir o fruto com uma qualidade razoável necessita pagar mais caro. O que torna-se inviável do ponto de vista da renda financeira que possuem. Consumindo um suco fino que as pessoas denominam de chula.
A mistura com água e outros ingredientes, promovida fora da Região Norte do Brasil,reduzindo a participação efetiva de açaí na mistura, é devido ao alto custo que seria exportar açaí do Norte, para outras regiões do país. Para se tornar economicamente viável, comerciantes passaram a misturar o açaí original, adquirido a alto custo, com outros elementos de menor valor econômico, viabilizando a venda. O detalhe é que isso gerou uma distorção na concepção de consumo da fruta: muitos brasileiros não sabem que o fruto é nativo do Norte ou que é consumido puro. Na Região Norte, tanto humildes ribeirinhos (moradores tradicionais das margens dos rios) como as classes economicamente mais favorecidas dos grandes centros urbanos consomem açaí sem os artifícios comumente empregados em outras regiões do país, considerando o açaí de duas classes: o açaí integral, sem tais artifícios, e o açaí misturado, que é aquele no qual se acrescenta água para dar mais volume e muitas das vezes até amido com intuito de obter mais consistência, comercializado com frequência em todo o país.

Fontes:
http://www.infoescola.com/frutas/acai/

http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7a%C3%AD

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